top of page

A SOLIDARIEDADE NA CRISE.

Ayrton Sérgio Rochedo Ferreira

          Há uma real possibilidade de reagirmos à crise desenvolvendo um importante e estratégico sentimento de solidariedade.

Sair nadando, um para cada lado, ao som do “salve-se quem puder”, certamente tem produzido mais vítimas do que o apoio mútuo e a fidelidade gratuita poderiam evitar.

          Na hora do sufoco não se pode esperar remuneração imediata, mas se pode construir verdadeiros sentimentos de reconhecimento e estreitar laços de parceria e comprometimento, fortalecendo-nos para tempos melhores e próximas crises.

          É nosso papel proteger a sobrevivência de nossos negócios diante da crise; esta é uma atitude ética, não só pessoal, mas com quem trabalha conosco e com o ambiente de negócios como um todo.

          Com essa perspectiva, nosso futuro poderá ser muito mais promissor e bem acompanhado se pudermos também ajudar nossos clientes a encarar e reagir aos fatos que os atropelam. Já que não tivemos escolha ao entrar na crise, será fantástico sair dela na companhia de clientes que aprendemos a admirar e fortalecidos por laços de fidelidade genuína com quem continuaremos a aprender mutuamente, por muito mais tempo.

          Se houver alguma possibilidade de continuarmos sendo útil para nossos clientes dentro da crise, também deverá haver uma agenda nos esperando para mostrar esta utilidade muito particular para cada caso. São esforços que se unem para reverter o desânimo, o pessimismo e perceber possibilidades que o olhar do cotidiano muitas vezes não enxergava.

          Como nas palavras de Nizan Guanaes “Foi o frio que inventou o fogo, a distância que inventou a roda. É o problema que cria a grande solução”. (“Liderar na Crise”. Folha de São Paulo, 17/03/2015)

          Já que fomos todos atingidos, juntos ainda podemos fazer melhor, inventando a parceria dos feridos para mitigar as feridas da crise.

          Claro que este não é um pensamento contábil; afinal, como ainda não fomos feridos na cabeça, dá para imaginar que há muitas soluções fora do “débito e crédito” imediatos capazes de evitar que o hoje inviabilize o amanhã.

Rio de Janeiro

bottom of page