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O TÉCNICO JOGA?

Ayrton Sérgio Rochedo Ferreira

       Quem sabe o futebol, o vôlei, o rugby e tantos outros esportes de equipe ainda não tenham descoberto a melhor solução para aumentarem a produtividade de suas estruturas: colocar os técnicos em campo para jogarem também.

 

           Deve dar certo, pois, pelo menos nas empresas, é isso que sempre se praticou.

           Que tal discutirmos isso, hoje?

 

           Imagino duas reações a esta provocação, vindo de sentidos contrários:

 

         1) Dos clubes e federações esportivas, ouviríamos que o técnico (coach) tem que ser um sujeito especialista que pensa estrategicamente na melhor forma de aproveitar os recursos humanos que dispõe para lidar com os desafios de cada competição; precisa criar e sustentar um verdadeiro espírito de equipe para os integrantes desenvolverem comprometimento coletivo e um clima de ajuda mútua; precisa, também, preparar e desenvolver os novos integrantes que vêm da base.

 

           Se o técnico entrar em campo, completariam eles, ia querer marcar pontos e passaria a disputar a habilidade de jogar com os demais, esperando aplausos e reconhecimento, ao invés de aplaudir e reconhecer sua equipe.

 

       Mais ainda, se o técnico também jogar, quem vai trabalhar pela equipe, para atender suas necessidades materiais e de ego?

 

           2) Dos empresários eu tenho escutado que é muito caro ter um gestor para fazer somente isso, mesmo para equipes que chegam a 20 ou 30 integrantes diretamente se reportando a ele.

 

      Assim, para aproveitar melhor aquela pessoa a quem dão um crachá de gestor, atribuem a ela outras tantas atividades de execução (que chamam de alto nível) para melhor rentabilizá-la.

 

           Chamamos isso de “a lógica da ”.

 

           Na verdade o gestor-jogador passa a ser “o cara” que faz os gols e defende a equipe dos gols do adversário, tornando-se, portanto, o craque do time, na ideia da administração... Mas não, necessariamente, na escolha da equipe, que na real fica sem técnico.

 

     Considerando que dificilmente posições radicais produzem boas soluções, que conclusões construtivas podemos elaborar para aumentar o desempenho de nossos times empresariais?

Rio de Janeiro

Junho de 2020

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